O bairro do Timburi vai ganhar uma área de Proteção Ambiental. Isso, assim que o prefeito Nelson Bugalho sancionar a lei, já aprovada pela Câmara de Vereadores, que tem como objetivo proteger a diversidade ambiental do bairro rural e ainda assegurar que toda a área, que fica no entorno, tenha uma ocupação que assegure a sustentabilidade no uso de seus recursos naturais.

O projeto de lei de N° 235/2019 atende uma reivindicação dos mais de 80 produtores rurais que moram ou possuem propriedade no bairro que leva o nome de uma árvore que era muito comum no local, o Timburi, que na verdade é o nome “popular da árvore de grande porte que pode atingir até 20 metros de altura, cujo nome verdadeiro é Timboúva, ou ainda Tambori, sendo o nome científico Enterobium Timboúva.

O Timburi nasceu junto com Prudente. Foi ali, que há cerca de cem anos, os filhos de imigrantes europeus, principalmente italianos, portugueses e espanhóis, começaram a plantar culturas como café, feijão, milho e a criar gado para o sustento das famílias.

O bairro foi motivo de muita polêmica, mobilização dos produtores rurais e moradores, que fizeram um movimento para evitar que uma empresa particular criasse no local um aterro sanitário. O movimento ganhou nome de SOS Timburi.

O presidente da Associação de Moradores e amigos do Timburi, o produtor de leite Valdinei Mauro Marques, faz parte da terceira geração que chegou ao local para viver do trabalho com a terra. Ele fala com emoção que trabalha hoje, ao lado do filho Higor, na terra que herdou do avô. “Meu pai, de 71 anos, vive e trabalha aqui. Meu filho, de 18 anos, também trabalha comigo. Já estamos na quarta geração que tem amor por este lugar. Eu e meus quatros irmãos ainda sustentamos nossas famílias e criamos nossos filhos com o fruto do nosso trabalho no Timburi”, diz, emocionado.

Dinei, como é mais conhecido pelos amigos, disse que só tem a agradecer ao empenho do prefeito Nelson Bugalho pela transformação da área em APA (Área de Proteção Ambiental). “O prefeito ajudou muito a gente, abraçou a nossa causa, chegou na hora certa para evitar que aqui fosse instalada uma área de aterro sanitário. Fiz muitas críticas ao prefeito, mas hoje vejo que ele entendeu a nossa luta e se transformou em um amigo do Timburi”, disse o produtor rural.

Outro dono de propriedade rural que fica no Timburi é José Hilário Pasquini, que aos 66 anos administra a propriedade onde pratica a pecuária de ciclo completo, cria, recria e engorda. “É uma alegria e uma conquista saber que este lugar será preservado para as futuras gerações. Como é bom ver nossa capela, uma construção de mais 90 anos e onde fiz a catequese, assim como nossas nascentes, preservadas”, disse Hilário, um dos líderes do movimento que lutou contra a instalação do aterro.

A lei que cria a APA prevê ainda que fica proibida a instalação de indústrias potencialmente poluidoras no local, empreendimentos comerciais e de serviço que causem impacto ambiental, como a construção de cemitérios, de linhas de transmissão e subestações de energia e ainda o transporte, armazenamento e distribuição de produtos perigosos.

A lei prevê ainda que a Secretaria Municipal de Meio Ambiente, em parceria com organizações da sociedade civil, crie um programa permanente de educação ambiental bem como a instalação de um Conselho Gestor formado por representantes do poder público e da iniciativa privada para gerenciar a APA.

Os recursos financeiros para execução de planos e programas serão arrecadados por meio de parcerias com organismos públicos e privados.

Fonte: Secretaria de Comunicação