Presidente Prudente perdeu nesta quarta-feira (07/03) uma das personalidades mais queridas e admiradas de sua história. O ex-prefeito Agripino de Oliveira Lima Filho faleceu aos 86 anos, vítima de falência múltipla dos órgãos, decorrentes de uma úlcera gástrica hemorrágica causada por um tumor. Ele estava internado desde meados de janeiro, no hospital Sírio Libanês, em São Paulo. O atual chefe do executivo, Nelson Bugalho, decretou luto oficial de três dias no município, em homenagem à memória do professor Agripino.

Agripino de Oliveira Lima Filho nasceu em 31 de agosto de 1931, na Fazenda Graminha, município de Lençóis Paulista. Era o oitavo filho do casal de uma família numerosa, formada por 12 irmãos. “Professor Agripino”, como é carinhosamente conhecido pela comunidade, foi prefeito em Prudente por três mandatos: de 1993 a 1996, de 2001 a 2004 e depois de 2005 a 2007. Também foi vereador por duas legislaturas (1972/1976 e 1977/1982), exerceu o mandato de deputado federal de 1986 a 1990; e deputado estadual de 1998 a 2000; foi ainda vice-prefeito de 1988 a 1992.

Agripino de Oliveira Lima Filho, teve uma origem humilde, mas sempre nutriu um caráter empreendedor. Fez pedagogia (antigo magistério ou curso normal), mas apesar de estudar nunca deixou de trabalhar. Ajudava o pai como motorista do caminhão, fazia as entregas do pequeno negócio, foi vendedor e entregador de bebidas. Também foi professor do antigo Mobral, curso de alfabetização para adultos.

Casou-se com a professora normalista de Gália (SP), Ana Cardoso Maia em 1953 com a qual teve quatro filhos. Foi em Garça, cidade na qual os dois lecionavam, que nasceram os três primeiros filhos: Augusto César, Ana Cristina e Maria Regina. Em 1960 a família se mudou para Presidente Prudente, cidade onde nasceu o filho caçula do casal, Paulo César Oliveira Lima.

Em 1968, o professor conquistou mais um diploma: graduou-se bacharel em Direito pela Instituição Toledo de Ensino. Em 1970, concluiu licenciatura em Pedagogia pela Universidade de Mogi das Cruzes. Também foi diretor da Escola Formozinho Ribeiro (na época, Escola da Vila Charlote), e sócio num escritório de advocacia.

Mas sua veia sonhadora e empreendedora queria mais. Em outubro de 1972, fundou a Associação Prudentina de Educação e Cultura (Apec), criada em 1972, e que hoje é a entidade mantenedora da Unoeste- Universidade do Oeste Paulista.

Na Apec, foi diretor presidente, professor titular da disciplina de Estudos de Problemas Brasileiros (EPB) na primeira faculdade da Apec, a Faclepp – Faculdade de Ciências, Letras e Educação de Presidente Prudente. Também foi diretor geral das Faculdades Integradas Apec.

Em 1987, mais uma conquista: a transformação das Faculdades Integradas, na Universidade do Oeste Paulista (Unoeste). Logo depois mais um marco de suas realizações, a instalação do Curso de Medicina em 1988.

A construção do Hospital Universitário “Dr. Domingos Leonardo Cerávolo” (HU), construído numa área de 44.489,77m², próxima ao campus I com 1.100 leitos, inaugurado em fevereiro de 1997. “Aqui , rico e pobre terão o mesmo tratamento”, dizia satisfeito quando falava do hospital, que em 2008 foi adquirido pelo governo do Estado de São Paulo.

Homem público

A vida pública foi longa e seu lema de vida foi baseado na convicção de que “o trabalho tudo vence”. Foi eleito vereador de Presidente Prudente em novembro de 1972, pela Arena- Aliança Renovadora Nacional. Empossado em fevereiro de 1973, cumpriu o mandato até o final da legislatura, em janeiro de 1977. A essa altura, já havia sido reeleito vereador em novembro de 1976, sempre pela Arena. Empossado em fevereiro seguinte, com o fim do bipartidarismo em novembro de 1979 e a subsequente reformulação partidária, Agripino Lima filiou-se ao Partido Democrático Social (PDS), agremiação que sucedeu a Arena.

Voltou a ser vitorioso na eleição em novembro de 1986, elegendo-se deputado federal constituinte na legenda do Partido da Frente Liberal (PFL) de São Paulo. Empossado em fevereiro seguinte, quando se iniciaram os trabalhos da Assembleia Nacional Constituinte (ANC), integrou, como membro titular, a Subcomissão da Educação, Cultura e Esportes, da Comissão da Família, da Educação, Cultura e Esportes, da Ciência e Tecnologia e da Comunicação; e, como suplente, a Subcomissão de Garantia da Constituição, Reformas e Emendas, da Comissão da Organização Eleitoral, Partidária e de Garantia das Instituições.

Prefeito - Primeiro mandato – 1993 a 1996

Em outubro de 1992 elegeu-se prefeito de Presidente Prudente, na legenda do PFL, assumindo o mandato em janeiro de 1993. Sua gestão seguiu até 1996, sob o slogan “O povo no poder”, marcou o desenvolvimento da cidade pelo seu estilo dinâmico e popular de administrar.

- Deputado Estadual de 1998 a 2000

Deixando o Executivo municipal em dezembro de 1996, no pleito de outubro de 1998 candidatou-se a uma cadeira na Assembleia Legislativa de São Paulo, na legenda do PFL, sendo o candidato mais votado do seu partido, com quase cem mil votos.

- Prefeito - Segundo Mandato - de 2001 a 2004

Em outubro de 2000 foi eleito prefeito de Presidente Prudente e no dia 1° de janeiro de 2001 foi empossado. Nesta época a cidade foi destaque no noticiário nacional quando em 2002, barrou uma marcha de três mil sem-terras que viriam à Presidente Prudente fazer um protesto. O prefeito liderou pessoalmente o bloqueio em uma das principais vias de acesso a Presidente Prudente. Colocou máquinas, tratores, carros na Rodovia Assis Chateaubriand para impedir que o então líder do MST, José Rainha Júnior, que liderava a marcha dos sem terra entrasse na cidade.

Prefeito – Terceiro Mandato-2005 a 2007

Em outubro de 2004 foi reeleito prefeito de Presidente Prudente. Tomou posse do novo mandato em 1° de janeiro de 2005. Foi reeleito com mais de 62.000 votos. Foi o primeiro governante do município a ocupar a prefeitura por três mandatos pelo voto popular. Foi afastado do cargo em 2007, quando o seu vice, Carlos Roberto Biancardi, tomou posse.

Fonte: Secretaria Municipal de Comunicação