O Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas) – Serviço de Proteção e Atendimento Especializado à Mulher Vítima de Violência, em Presidente Prudente, anuncia para a próxima semana a capacitação de 130 soldados da Polícia Militar (PM) sobre a temática de gênero. O trabalho, que terá envolvimento da coordenadora Simone Duran Toledo Martinez, da psicóloga Jeane Luciene dos Reis Barbosa de Carvalho, da assistente social Sandra Cristina Martins Piedade da Silva, e da advogada Selma Elias Benício Cale, será realizado de 7 a 10 de maio, das 17h às 19h, na sede da 1ª Companhia da PM. O objetivo, segundo a coordenadora do Creas, é sensibilizar os policiais que atuam na linha de frente deste tipo de atendimento, de modo a esclarecê-los a importância do seu papel na proteção à mulher vítima de violência doméstica.
“O porquê de capacitarmos neste primeiro momento soldados da PM? A Polícia Militar faz parte da Rede de Proteção à Mulher em situação de violência. E nas reuniões da rede foi identificada a necessidade de abordar o tema junto aos policiais que atuam nas ruas, já que são eles que fazem o primeiro atendimento, a primeira orientação, que encaminham às mulheres vítimas de violência para a delegacia ou hospitais”, explica. Martinez frisa que quando essa primeira abordagem não é bem realizada, a mulher nessa situação acaba sendo ainda mais prejudicada no processo. “O apoio desses profissionais nessa hora [da abordagem] é fundamental para que a mulher agredida se sinta mais fortalecida num momento que não é fácil, buscando então recursos necessários para superação da violência. Enfim, é uma forma de motivá-las a buscarem seus direitos”, completa.
Durante os trabalhos, destaca ela, vários temas serão tratados na oficina, entre eles a magnitude da violência contra a mulher no Brasil; a importância da rede mulher, com destaque para o papel da Polícia Militar; o ciclo da violência contra a mulher; e dentre outros, os motivos que levam a mulher não romper com relacionamentos violentos. “A violência de gênero é um fenômeno social complexo e multifacetado. As respostas pontuais não são suficientes para garantir a segurança e os direitos das vítimas. Seu enfrentamento e superação devem supor a atuação numa perspectiva também complexa, interdisciplinar e intersetorial. Deve incluir ações protetivas, assistenciais, policiais, jurídicas, educativas, estruturadas em rede. Daí o motivo em oferecermos essa capacitação. Assim como demais órgãos, a Polícia Militar também precisa ser capacitada para atuar em rede, reconhecendo e assumindo o seu papel na atenção a mulher”, completa.
Como enfatizado, a PM foi escolhida inicialmente porque é ela a responsável pelo policiamento ostensivo e pela prestação de serviços à comunidade. Os policiais militares em geral atendem a situações de emergência, conflitos e violência, muitas vezes prestando os primeiros socorros e atendimentos às mulheres vítimas. Por isso sua participação na rede de serviços é fundamental, bem como a qualidade deste atendimento prestado em situações de crise e o imediato e adequado encaminhamento aos demais serviços da rede.
Por fim, a coordenadora do Creas adianta que além dos soldados da 1ª Companhia da PM, futuramente policiais da Força Tática também deverão passar pela mesma capacitação.
Fonte: Secretaria Municipal de Comunicação