O forte vendaval que atingiu a região de Presidente Prudente no dia 22 de setembro, com ventos que chegaram a 85 km/h, causou estragos por toda a cidade. No Horto Florestal, onde está localizada a Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Semea), a natureza também sofreu os impactos: o ninho de um casal de gaviões caiu com a força do vento. Dos dois filhotes, apenas um sobreviveu. Sensibilizados, os servidores decidiram cuidar do pequeno gavião para, posteriormente, devolvê-lo à natureza.
Orientados por um biólogo, os servidores da Semea improvisaram um novo ninho em um balaio preso a uma árvore, aqueceram o filhote e o alimentaram com todo o cuidado durante vários dias. Para tentar atrair os pais da ave, reproduziram o canto da espécie. “Encontramos o som na internet e colocamos pelo celular na tentativa de atrair os pais”, contou Thiago Gazoni, biólogo da Semea.
O esforço deu resultado: os pais do gavião apareceram, e o filhote, aos poucos, recuperou forças e começou a crescer. Na semana passada, ensaiou os primeiros voos. Ainda inseguro, passava longos períodos no chão, correndo risco de ataques de outros animais, como cães e gatos. “Todos os funcionários ajudaram de alguma forma a salvar a vida do gavião. Eu, por ser biólogo, fui orientando o que poderíamos fazer, e por alguns dias o gavião foi um morador ilustre aqui do Horto”, relatou Gazoni.
Preocupada com a segurança da ave, a equipe entrou em contato com a Cidade da Criança, que acolheu o filhote nesta semana.
Segundo o biólogo responsável pelo zoológico da Cidade da Criança, Eduardo Viana Gasque, o gavião-carijó é uma espécie comum no Brasil. A ave de rapina, atualmente com cerca de quatro meses, agora conta com um espaço seguro para concluir seu desenvolvimento e, assim que estiver pronta, será reintegrada à natureza.
“No zoológico há outro gavião da mesma espécie, o que facilita o aprendizado sobre o comportamento e as características do habitat. Ele já iniciou o voo, mas ainda está um pouco atrapalhado, pois está trocando as penas. Depois de completar um ano, estará pronto para retornar à natureza”, explicou o biólogo.
Em casos de animais silvestres feridos ou em situação de risco, é necessário acionar o Corpo de Bombeiros ou a Polícia Militar Ambiental, pelo número 190. A Cidade da Criança não recebe animais entregues diretamente por moradores, atuando apenas mediante solicitação dos órgãos competentes.
Fonte: Secretaria de Comunicação