A Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) confirma, nesta sexta-feira (15/04), o primeiro caso de LVA (Leishmaniose Visceral Americana) em humano em Presidente Prudente e, consequentemente, o primeiro óbito da doença. Segundo informações da VEM (Vigilância Epidemiológica Municipal), o munícipe, cujas iniciais do nome são J.S, tinha 75 anos e era morador do Residencial Universitário da cidade. Segundo informações do órgão, a vítima foi internada no dia 1º deste mês e faleceu no dia 9. Ele apresentava ainda quadro clínico de diabetes e hipertensão.
De acordo com o secretário da Sesau, Sérgio Luiz Cordeiro de Andrade, várias cidades da região estão com muitos casos de leishmaniose. Sobre Prudente, ele afirma que a secretaria, através do CCZ (Centro de Controle de Zoonoses), tem trabalhado desde 2009 para impedir casos de leishmaniose, tanto em humanos quanto em animais.
“Adquirimos equipamentos para ampliar o número de exames feitos pelo CCZ e solicitamos que a Secretaria de Estado da Saúde fornecesse kits suficientes para que pudéssemos avaliar os animais em um tempo curto. Quando assumimos o Governo, tínhamos condições de realizar 200 exames ao mês, o que iria demandar cerca de 20 anos para concluirmos a testagem. Em 2010 passamos, com a reforma que fizemos no CCZ, passamos a fazer 2 mil exames ao mês e encurtamos a testagem para 2 anos”, relata.
Entretanto, segundo Andrade, não foi possível manter o ritmo de trabalho devido a falta de repasse de kits por parte da Secretaria de Estado da Saúde, o que ele acredita que pode ter sido uma das consequência do caso em humano. “Passamos por uma situação complicada com a Secretaria de Estado que bloqueou a entrega dos kits que vinham do Ministério da Saúde. Dessa forma, tivemos que descartar 6 mil amostras sanguíneas. Provavelmente, muitos cães estavam contaminados, mas não constatamos isso em razão da falta de kit para se completar a análise e solicitar a eutanásia do animal”, destaca.
Além do impasse com a Secretaria de Estado da Saúde, o secretário diz que ainda falta colaboração da população, uma vez que o CCZ teve que acionar a justiça para que mais de 10 munícipes entregassem animais com leishmaniose à eutanásia. “A doença no animal não tem cura. Além disso, a população tem que se conscientizar de que tem que cuidar do animal e do quintal. A leishmaniose, que é transmitida pelo mosquito palha, é igual a dengue, vive em lugares sujos com matéria orgânica, muita folha, mato, esterco de galinha, enfim. Ou a população se conscientização ou teremos muitos casos de óbitos”, frisa.
Por fim, Andrade relata que a maior preocupação em relação a leishmaniose é que ela atinge em maior número crianças, já que as mesmas, habitualmente, passam mais tempo no quintal e em contato com o animal. “A doença compromete muito o organismo da criança e, em casos mais graves, acaba acontecendo o óbito”, finaliza.
Ações – A partir deste sábado (16), a VEM dará início ao manejo ambiental para retirar todo material em decomposição do bairro. “Começaremos amanhã e, se preciso, finalizaremos durante a semana”, pontua Vânia Maria Alves Silva, coordenadora da VEM. Ela diz ainda que haverá distribuição de informativos com orientações sobre os cuidados.
Além disso, a VEM informa que do dia 26 deste mês terá início a borrifação. “Os moradores deverão deixar a residência preparada, porque o serviço tem que ser feito parede a parede. Os moradores serão orientados a desencostar os móveis e se não estiverem na residência a deixar a chave com o vizinho”, informa, lembrando que o trabalho será feito pela Sesau, através da VEM e CCZ em parceria com a Sucen (Superintendência de Controle de Endemias).
Fonte: Secretaria Municipal de Comunicação