Sérgio Vaz. Este é o nome de outra atração do ‘Papo de Autor’ do dia 12 de novembro. Neste dia, a participação dele está programada para as 16h. Ele, que é poeta, sofre de insônia e quando consegue dormir, acorda com o coração em batida de rap e as ideais falando alto, todas, ao mesmo tempo na cabeça. Dizer que Vaz criou o maior sarau de poesias do Brasil não dimensiona o significado da Cooperação da Periferia (Cooperifa). Nos últimos sete anos, a cada quarta-feira, centenas de pessoas vindas de todos os cantos da periferia paulista recitam e ouvem poesia num boteco de quebrada. Office boys, taxistas, funileiros, sorveteiros, empregadas domésticas tomam conta da literatura, que nunca tinha sido deles até então. O autor e a Cooperifa democratizaram o uso da palavra, numa operação política brilhante.
No Salão do Livro de Presidente Prudente, que ocorre de 4 a 13 de novembro no Centro de Eventos IBC, o público poderá ouvir história do autor que neste ano tomou uma fábrica interditada para fazer uma mostra cultural. Depois, vagou por muitos botecos até instalar-se no bar do Zé Batidão, zona sul de São Paulo. O local é passado e futuro para Vaz. Foi lá que ele trabalhou dos 12 aos 22 anos, no balcão, quando o dono era o pai. Um patrão implacável, mas também grande leitor. O pai ao mesmo tempo oprimiu, o inspirou. Ao conhecer mais personagens reais do que qualquer escritor sonharia, o palmeirense acabou virando poeta.
De volta ao cenário da adolescência, Vaz inventou um ‘quilombo moderno’. Não só libertou a si mesmo, como arrancou os grilhões históricos que impediam a periferia de alcançar a palavra escrita. Como a periferia não tem museu, não tem teatro, não tem cinema, mas tem boteco, bar do Zé Batidão virou ‘centro cultural’.
O Salão do Livro é realizado pela Secretaria Municipal de Cultura e Turismo e organizado pela Spoladore Comunicação e Estratégia em Eventos, com o apoio de parceiros.
Fonte: Secretaria Municipal de Comunicação