O município de Presidente Prudente recebeu nesta segunda-feira (14/07) a Equipe Nacional de Validação (ENV), do Ministério da Saúde, em visita técnica que faz parte do processo iniciado pela Prefeitura de Presidente Prudente, por meio da Secretaria Municipal de Saúde (Sesau) e do Ambulatório Médico/DST-Aids, para obtenção do Certificado Nacional de Eliminação da Transmissão Vertical da Hepatite B.
Primeiramente, a equipe, com quatro membros, visitou a sede da Sesau, onde foram recebidos pela secretária Municipal de Saúde, Adriana Vitório, pelo coordenador do Programa DST/Aids, Jefferson Saviolo, e pela equipe de enfermagem da rede. Também estiveram presentes representantes da DRS-XI (Departamento Regional de Saúde da 11ª Região), do GVE (Grupo de Vigilância Epidemiológica Estadual), do Laboratório Adolfo Lutz, do Hospital Estadual e do Hospital Regional.
Adriana Vitório, secretária da pasta, comentou que todos estão empenhados e acredita no trabalho de qualidade que é desempenhado por toda a rede. Saviolo fez um panorama sobre o cenário municipal, como ocorrem os atendimentos e os procedimentos a partir de cada positivo.
A Equipe Nacional de Validação, composta pelos profissionais Márcia Colombo - Coordenação e Eixo Direitos Humanos; Rayane Martins da Silva - Eixo Diagnóstico; Fábia Lisboa de Souza - Eixo Vigilância; Rodrigo Groisman Sieben - Eixo Programas e Serviços, se apresentaram e comentaram sobre seus papéis diante das certificações que realizam Brasil afora.
Fábia Lisboa de Souza, do Eixo Vigilância, que é de Niterói (RJ), comentou que participou do processo de certificação de Presidente Prudente para o HIV. “É uma alegria estar de volta. Já conheço a qualidade do atendimento prestado e é uma satisfação poder acompanhar essa nova etapa”, comentou.
A coordenadora e responsável pelo eixo de Direitos Humanos, Márcia Colombo, fez uma breve apresentação sobre as diretrizes do processo de certificação para Estados e municípios.
Conforme os dados da apresentação, os últimos dados, de 2022 – 2024, na contagem de certificações e selos para municípios, há 85 eliminações de HIV concedidas, 74 Selos HIV, 3 Eliminações Sífilis, 75 Selos Sífilis, 1 Eliminação Hepatite e 17 Selos Hepatite.
De acordo com Colombo, para a certificação referente à Hepatite B, uma série de indicadores são levados em consideração, como a taxa de prevalência de HBsAg+ em crianças menores ou iguais a 5 anos, cobertura da vacina de Hepatite B em crianças até 30 dias de vida e cobertura de 3ª dose de vacina pentavalente em menores de 1 ano.
“O Ministério da Saúde faz o relatório no início do ano e manda para os Estados quais os municípios que têm possibilidades e indicadores próximos para pleitear a certificação. O município inicia o processo de elaboração de relatório, apresenta um relatório ao governo estadual, que emite um parecer e encaminha para o Ministério. Um dos pareceres é se a realidade é compatível com o que está no relatório, basicamente é poder ver in loco o que está neste documento. Ao longo desses anos, a certificação se tornou um processo pedagógico muito forte, um processo de troca, de articulação da rede, um processo de aproximação de atores em torno da eliminação da transmissão vertical. Esse é um dos maiores valores da certificação”, ressaltou Márcia.
Os quatro profissionais passarão dois dias na cidade, onde avaliarão quatro eixos: programas e serviços, vigilância epidemiológica e qualidade dos dados, capacidade diagnóstica e qualidade dos testes, direitos humanos, igualdade de gênero e raça/etnia e participação da comunidade.
Na segunda-feira, primeiro dia de visita técnica, os técnicos visitaram a ESF do Conjunto Habitacional João Domingos Netto, onde foram acompanhados pela técnica da GVE, Debora Fernanda Vichessi, da Divisão de Hepatites.
O grupo foi recebido pela gerente, Ana Lucia Alvares, que mostrou toda a estrutura do local, atualmente sendo ampliado, em obras. Conforme os dados apresentados, a unidade conta com duas equipes completas de ESF, cada uma com aproximadamente 4.100 pacientes. O bairro conta com 2360 casas.
Com auxílio das enfermeiras, os técnicos conheceram todo o processo de acolhimento das gestantes assistidas pela unidade, desde o momento do teste, do positivo para a gravidez, o pré-natal e, principalmente, quando há algum positivo para Hepatite ou para HIV.
Os técnicos também fizeram entrevistas com usuários do SUS que estavam no local, analisaram o armazenamento dos testes rápidos e verificaram alguns prontuários.
Na sequência, ainda visitaram o CRAS do Jardim Cambuci e Vigilância Sanitária. Terça-feira, dia 15, a equipe de validação fará o segundo dia de visitas: O cronograma será iniciado às 8h na UBS do Cohabão. Na sequência, às 10h30, a visita técnica acontece no Programa de IST/HIV/AIDS. No período da tarde, o grupo visitará as dependências da Maternidade/Hospital Estadual, às 14h.
A reunião de encerramento será às 16h30 no Salão Nobre da DRS, na Avenida Coronel Jose Soares Marcondes.
Certificações
Atualmente, o município possui a certificação e a recertificação da transmissão vertical do HIV. Em 2024, quando certificada, foi uma das quatro cidades do país a receber o reconhecimento.
O coordenador do Programa DST/Aids de Presidente Prudente, Jefferson Saviolo, explica que o município preparou um relatório com todos os requisitos elencados pelo Grupo de Certificação, documento que já foi aprovado pela Comissão Estadual e está sendo analisado pela Comissão Nacional.
“A Visita Técnica da Equipe Nacional de Validação faz parte do processo de Certificação da Transmissão Vertical da Hepatite B que Prudente está pleiteando, considerando as taxas de transmissão vertical dos anos de 2023 e 2024, que foram zeradas, portanto, nossas expectativas são positivas”, comentou Saviolo.
Sobre a transmissão vertical
A transmissão vertical ocorre quando a criança é infectada por alguma IST durante a gestação, parto e, em alguns casos, durante toda amamentação. Todas as gestantes e suas parcerias sexuais devem ser investigadas para IST durante o pré-natal e no momento do parto, especialmente para o HIV, sífilis e hepatites virais B e C. Ao mesmo tempo, devem ser e informadas sobre as possibilidades de prevenção da transmissão vertical, bem como, sobre a possibilidade de riscos para a criança quando a gestante é infectada, especialmente de HIV/Aids, sífilis e hepatites virais B e C.
Para a hepatite B:
- No pré-natal: realizar na 1ª consulta (de preferência no 1º trimestre da gestação).
- No parto: quando a gestante não fez a testagem no pré-natal ou quando a gestante não recebeu todas as doses da vacina contra hepatite B.
- Em situações de exposição de risco ou violência sexual.
Fonte: Secretaria de Comunicação