O trabalho in loco da Equipe Nacional de Validação (ENV), do Ministério da Saúde, foi encerrado no fim da tarde desta terça-feira (16/07), com uma reunião no Salão Nobre da DRS-XI (Departamento Regional de Saúde da 11ª Região).
A visita técnica a Prudente faz parte do processo iniciado pela Prefeitura de Presidente Prudente, por meio da Secretaria Municipal de Saúde (Sesau) e do Ambulatório Médico/IST-Aids, para obtenção do Certificado Nacional de Eliminação da Transmissão Vertical da Hepatite B.
Na discussão final, estiveram presentes o coordenador do Programa DST/Aids, Jefferson Saviolo, a secretaria adjunta da Sesau, Débora Tiezzi, a enfermeira da Vigilância Sanitária Municipal, Vânia Domingos, a diretora da DRS-XI, Marlene Damacena, o articulador da atenção básica da DRS-XI, Aristeo Sanchez Junior, a diretora técnica do Instituto Adolfo Lutz, Mariza Romão, a técnica da GVE da Divisão de Hepatites, Débora Vichessi, além de servidores da Sesau e da DRS.
Os quatro técnicos Equipe Nacional de Validação, Márcia Colombo - Coordenação e Eixo Direitos Humanos; Rayane Martins da Silva - Eixo Diagnóstico; Fábia Lisboa de Souza - Eixo Vigilância; Rodrigo Groisman Sieben - Eixo Programas e Serviços, fizeram suas considerações finais sobre os dois dias de trabalho em Prudente, onde colheram dados e verificaram a veracidade do que havia sido relatado no relatório.
Rodrigo Groisman Sieben, pediatra e infectologista, que atua na avaliação do Eixo Programas e Serviços, comentou que os casos analisados nas unidades de saúde de Prudente estão bem alinhados. "Pré-natal bem alinhado, fluxograma bem preenchido. Todos os casos idênticos, somente alguns apontamentos que precisam ser alinhados nos prontuários de crianças expostas à Hepatite B".
A farmacêutica Rayane Martins da Silva, do Eixo Diagnóstico, parabenizou o município pelo fluxo e pela gestão. "As unidades são qualificadas, os profissionais passam por qualificações, isso é notório".
Fábia Lisboa de Souza, médica, técnica do Eixo Vigilância, profissional que já havia participado do processo de certificação de Presidente Prudente para o HIV, agradeceu a acolhida e afirmou que todo processo de certificação é um grande aprendizado, por com das trocas que acontecem. Fábia ainda parabenizou a cidade pela estrutura da rede. "Os equipamentos que Prudente tem conseguem dar suporte aos usuários. A rede é viva, o que é necessário para dar conta das vulnerabilidades. É uma rede integrada e forte".
A médica também ressaltou a colaboração e o apoio do Estado de São Paulo aos municípios, que faz toda a diferença, mas que, infelizmente, não acontece em todos os estados. "Certificação é um mérito de uma coletividade".
Por fim, Fabia afirmou que Prudente tem potencial para conseguir certificações quanto à sífilis, só precisa alinhar alguns processos.
A última a fazer os apontamentos foi Márcia Colombo, psicóloga que atua na coordenação e no eixo de Direitos Humanos, tratou sobre questões estruturais. "O município de Prudente está bastante atento. Respeito, dignidade, direito às pessoas. Algumas questões podem melhorar, assim como em todo o país. É preciso atuar mais efetivamente na identificação dessas pessoas mais vulneráveis de cada território. Entender os fatores que estigmatizam as gestantes faltosas, por exemplo, que tipo de vulnerabilidades elas estão enfrentando, que podem ser muitas, como desigualdade de gênero, racial, social. As estratégias precisam ser específicas, todo mundo não é igual. Os casos de transmissão vertical são aqueles que escapam à igualdade".
O coordenador do Programa DST/Aids, Jefferson Saviolo, comentou que foram dois dias de bastante trabalho e muito, dias proveitosos. Segundo ele, Prudente tem índices para garantir, pelo menos, um dos selos de boas práticas.
A comissão enviará o relatório para o Ministério da Saúde, que avaliará o material. O resultado do pedido deve sair ate o fim deste ano, entre novembro e dezembro.
Sobre a transmissão vertical
A transmissão vertical ocorre quando a criança é infectada por alguma IST durante a gestação, parto e, em alguns casos, durante toda amamentação. Todas as gestantes e suas parcerias sexuais devem ser investigadas para IST durante o pré-natal e no momento do parto, especialmente para o HIV, sífilis e hepatites virais B e C. Ao mesmo tempo, devem ser e informadas sobre as possibilidades de prevenção da transmissão vertical, bem como, sobre a possibilidade de riscos para a criança quando a gestante é infectada, especialmente de HIV/Aids, sífilis e hepatites virais B e C.
Para a hepatite B:
- No pré-natal: realizar na 1ª consulta (de preferência no 1º trimestre da gestação).
- No parto: quando a gestante não fez a testagem no pré-natal ou quando a gestante não recebeu todas as doses da vacina contra hepatite B.
- Em situações de exposição de risco ou violência sexual.
Fonte: Secretaria de Comunicação