A Prefeitura de Presidente Prudente, por meio da Unidade de Vigilância de Zoonoses, tem intensificado as ações de combate à Leishmaniose Visceral. A cidade registrou até o dia 15 de julho deste ano 146 casos positivos de Leishmaniose visceral em cães, sendo 142 casos autóctones (contraídos no município) e quatro casos importados. A situação demanda atenção redobrada da população, especialmente após a confirmação de um caso da doença em humano no município, em junho deste ano.

A leishmaniose visceral é uma doença grave que afeta tanto cães quanto humanos, sendo transmitida pela picada do mosquito-palha infectado. De acordo com o gerente da UVZ, Romário Luis dos Santos, as ações de controle e prevenção têm sido intensificadas, inclusive com o apoio de tecnologias inovadoras.

Entre as medidas adotadas, está a disponibilização de coleiras com inseticidas para a população canina, por meio de uma parceria com o Ministério da Saúde. “Estamos montando o plano pra enviar ao Ministério da Saúde, para que eles possam liberar as coleiras”, informou o gerente. A previsão é de que cerca de 2 mil coleiras sejam enviadas para o município.

A estratégia decorre de um plano de ação adotado entre diversas instituições, entre elas a Secretaria Municipal de Saúde, o Instituto Adolpho Lutz, a Unidade de Vigilância de Zoonoses, Vigilância Epidemiológica e a equipe de atenção básica.

Na última semana, o grupo se reuniu para discutir as estratégias e diretrizes para o controle da doença, essenciais para a criação do plano. Também houve atividade prática, com visitas às casas para orientar os moradores sobre a leishmaniose visceral e suas formas de prevenção. Nessas visitas, foram coletadas amostras para diagnóstico de Leishmaniose Visceral Canina (LVC), e seis animais foram identificados e encoleirados. 

 “A elaboração e aprovação deste plano pelo Ministério da Saúde são fundamentais para que Presidente Prudente possa receber coleiras com deltametrina. Essas coleiras serão distribuídas em duas Áreas de Trabalho Local (ATL) específicas, intensificando as medidas de prevenção e controle da leishmaniose visceral no município”, informou o gerente.

A princípio, as duas áreas escolhidas são os entornos das Estratégias de Saúde da Família (ESF) do Jardim Leonor e do Parque Primavera, ambos na zona norte da cidade e que apresentam alta incidência de casos de LVC.

Após a adoção do método e a análise dos resultados, por um período entre seis e oito meses, a previsão é de ampliar a cobertura para outras localidades.

Estes mesmos bairros também estão sendo trabalhados por uma iniciativa do curso de

Doutorado em Meio Ambiente e Desenvolvimento Regional da Unoeste, sob orientação do Dr. Luiz Elirbel Prestes Carneiro, médico infectologista, voltada para o enfrentamento da leishmaniose visceral.

O projeto tem como principal objetivo comparar e avaliar estratégias educativas que visem à prevenção da leishmaniose e à redução da contaminação de humanos pelo parasita causador da doença. A proposta alia pesquisa científica, educação em saúde e ações práticas de controle do vetor e dos principais reservatórios — em especial, cães de rua e animais em situação de maus-tratos. 

Entre as atividades destacam-se: 

- Ações educativas junto à comunidade para promoção da conscientização e prevenção; 

- Controle do vetor transmissor (flebotomíneo) e monitoramento de áreas de risco; 

- Identificação e manejo de cães de rua e animais em situação de vulnerabilidade; 

- Visitas domiciliares com levantamento de dados por meio de questionário, abordando número de animais, condições dos quintais e práticas de cuidado; 

- Coleta de exames laboratoriais em pacientes da área, realizados na unidade de saúde local; 

- Coleta de sorologia nos animais, além do encoleiramento com coleiras repelentes e chipagem, em parceria com a UVZ; 

Como a doença se transmite e sintomas

A transmissão da leishmaniose visceral ocorre através da picada da fêmea do mosquito-palha. É importante ressaltar que a transmissão não acontece diretamente de um cão para outro, nem de cães para humanos. Nos cães, os sintomas mais comuns incluem: emagrecimento progressivo; queda de pelos, especialmente ao redor dos olhos e orelhas; crescimento exagerado das unhas; feridas na pele que não cicatrizam; aumento de volume dos gânglios (ínguas); problemas renais e hepáticos. 

Em humanos, a doença pode apresentar sintomas como: febre prolongada; aumento do baço e do fígado; perda de peso; anemia; e inchaço abdominal.

 

Fonte: Secretaria de Comunicação