A Prefeitura de Presidente Prudente, por meio da Coordenadoria Municipal de Proteção e Defesa Civil, elaborou de forma técnica e cronológica, todas as ações adotadas desde o início do incêndio subterrâneo registrado em área particular localizada atrás da escola Sesi, na Vila Furquim.

Os atendimentos começaram às 4h10 da manhã do dia 12 de outubro, quando o primeiro chamado foi recebido pelo Corpo de Bombeiros e pela Defesa Civil. Desde então, os trabalhos não pararam, sempre de forma conjunta. No dia 21 de outubro, a Defesa Civil coordenou uma força-tarefa com participação do Plano de Auxílio Mútuo (PAM), reunindo as Defesas Civis de municípios vizinhos, o Corpo de Bombeiros, Cetesb, Polícia Ambiental, concessionárias Cart e Eixo-SP, além das usinas Atenas, Cocal e Alto Alegre, Sabesp e Construtora Tucanos.

Essa operação utilizou mais de 1 milhão de litros de água potável, reduzindo em 99% os focos ativos. O monitoramento térmico indicou temperaturas que caíram progressivamente, confirmando o avanço no processo de extinção.

“Mesmo após a estabilização do local, as equipes permanecem em monitoramento diário com câmeras térmicas e acompanhamento ambiental até a eliminação total de qualquer foco remanescente”, explicou o secretário de mobilidade urbana e coordenador da Defesa Civil, Adauto Bibiano.

Mesmo com o incêndio controlado, o mau cheiro do material queimado ainda é perceptível na região, o que levou o Ministério Público do Trabalho a recomendar a paralisação temporária das aulas do SESI. A medida, de caráter preventivo e autônomo da instituição, não tem relação com as ações realizadas pela força-tarefa. Todas as etapas do trabalho seguiram a Política Nacional de Proteção e Defesa Civil (Lei Federal nº 12.608/2012), as diretrizes da Cetesb e os protocolos internacionais de combate a incêndios subterrâneos reconhecidos pela Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos (EPA) e pela ONU Meio Ambiente (UNEP).

O município informa ainda que a área em questão apresenta histórico de descarte irregular de resíduos, situação que já está sendo tratada pela Procuradoria Geral do Município e pela Secretaria de Assuntos Jurídicos, com base na Lei de Crimes Ambientais (Lei nº 9.605/1998).

Os responsáveis serão civil, administrativa e criminalmente responsabilizados.

Cronograma detalhado das ações:

- 12 de outubro – Primeiras horas da ocorrência.

Logo após o chamado, as equipes da Defesa Civil e do Corpo de Bombeiros chegaram ao local, mesmo sob forte chuva. Já com máquinas para cobrir os focos com terra úmida, técnica recomendada para reduzir a presença de oxigênio e interromper a combustão.

- 13 de outubro – Reforço das equipes municipais.

Com o término das chuvas, a Defesa Civil solicitou apoio das Secretarias Municipais que enviaram nova pá-carregadeira e um caminhão-pipa para reforçar as ações de abafamento e resfriamento da área.

- 14 de outubro – Ações integradas com órgãos técnicos.

A Cetesb foi acionada para realizar vistoria técnica e levantamento ambiental. Fiscais da Secretaria de Planejamento iniciaram processo administrativo de interdição da área e notificação dos responsáveis pelo terreno, que apresentava sinais de uso irregular e descarte de resíduos.

- 15 de outubro – Acompanhamento técnico especializado.

A Defesa Civil convocou engenheiro civil do quadro técnico municipal para acompanhar as metodologias de combate e propor medidas complementares. Nessa fase, começou o mapeamento térmico e o isolamento de risco.

- 16 de outubro – Expansão do combate e uso de tecnologia.

Com a persistência de fumaça subterrânea, foram mobilizadas duas escavadeiras hidráulicas das Secretarias de Meio Ambiente e Obras, além de dois caminhões-pipa adicionais. Foi aplicado o Líquido Gerador de Espuma (LGE), juntamente com o Corpo de Bombeiros, produto químico usado internacionalmente para suprimir a combustão subterrânea, reduzindo o oxigênio nas camadas mais profundas do solo.

- 18 de outubro – Monitoramento sob chuva forte.

A precipitação de 43 milímetros de chuva alterou a pressão no solo e provocou aumento temporário da fumaça. As equipes mantiveram o monitoramento contínuo e realizaram novas intervenções de resfriamento e abafamento.

- 21 de outubro – Ação conjunta ampliada e força-tarefa regional.

Diante da complexidade do incêndio e da necessidade de novas medidas, a Defesa Civil coordenou uma reunião técnica com todos os órgãos envolvidos, definindo uma nova metodologia de combate: a abertura de valas e inundação controlada do subsolo, impedindo a propagação do fogo em profundidade.

Nessa data, foi acionado o PAM – Plano de Auxílio Mútuo, com apoio de:

• Usinas Atenas, Cocal e Alto Alegre,

• SABESP,

• Construtora Tucanos,

• Concessionárias CART e Eixo-SP,

• e as Defesas Civis de Álvares Machado, Indiana, Martinópolis e Presidente Prudente.

- 23 de outubro – Encerramento da fase de combate ativo.

A Secretaria de Desenvolvimento Econômico interditou formalmente o local e notificou o responsável pela área. O monitoramento térmico realizado indicou temperaturas de 97°C na superfície e 190°C em profundidade, evidenciando o caráter subterrâneo e complexo do incêndio.

Desde então, as equipes permanecem em monitoramento diário com câmeras térmicas e acompanhamento ambiental até a eliminação completa de qualquer foco remanescente.


Fonte: Secretaria de Comunicação