Com o objetivo de detectar e diagnosticar de forma precoce doenças como a catarata congênita, estrabismo e miopia em crianças, afim de encaminhá-las para tratamento médico na idade ideal para tal, o Banco de Olhos Maria Sesti Barbosa da Santa Casa de Misericórdia de Presidente Prudente, em parceria com as secretarias municipais de Educação e Saúde, além de demais parceiros, anuncia a campanha de acuidade visual para escolas da rede pública municipal e estadual de ensino. O projeto, que tem como principal objetivo à saúde visual, teve ontem o aval do prefeito Milton Carlos de Mello ‘Tupã’ (PTB) para funcionar em todas as escolas municipais do perímetro urbano e dos quatro distritos rurais de Prudente – Montalvão, Eneida, Florestal do Sul e Ameliópolis. Anualmente, segundo a Seduc, 12% dos estudantes matriculados na rede municipal apresentam algum tipo de problema visual.
O lançamento oficial da campanha, que deverá se estender por dois anos, está previsto para ocorrer em breve, em local e horário a serem definidos. Conforme a assistente social do Banco de Olhos da Santa Casa, Fátima Elisabete Rota, somente nas escolas municiais com sede na cidade, 1.139 crianças matriculadas no primeiro ano do ensino fundamental passarão pelos exames. “Fora estas, existem aquelas que estudam nas escolas existentes nos quatro distritos, para os quais o prefeito nos autorizou a abranger a campanha, que também serão submetidas aos exames. Além disso, existem mais 2.608 alunos que estudam na 5ª série (atual 6ª série) da rede estadual que também serão privilegiados”, diz.
Na prática, explica ela, o projeto funcionará em dois momentos. “Primeiro será feito a consulta para detectar possível problema. Em um segundo momento, se necessário, àquelas crianças nas quais forem detectadas algum tipo de problema, serão encaminhadas para tratamento ou procedimentos cirúrgicos na Santa Casa e no Hospital Regional”, detalha. “Os exames serão feitos em cada uma das crianças, a fim de se descobrir um possível problema que às vezes a criança ou a própria família nem sabe que ela tem. Feito precocemente, o exame evita, por exemplo, que tal problema se agrave no futuro”, observa. Ao todo serão 100 profissionais envolvidos no projeto. São parceiros na empreitada a Santa Casa, Hospital Regional, Sociedade de Medicina, Lions Club Cinquentenário, Juizado da Infância e da Juventude, Ministério Público, Ordem dos Advogados, Secretaria de Saúde, Secretaria de Educação, Diretoria de Ensino, Faculdade de Medicina da Unoeste, Prefeitura e Polícia Militar Rodoviária.
Sem precisar dados, o médico oftalmologista e coordenador do Banco de Olhos da Santa Casa, Edson Rikio Fudo, diz que doenças como a catarata congênita e a miopia são raras na infância, mas que não deixam de existir. Em contrapartida, frisa o especialista, o estrabismo – defeito no alinhamento dos olhos que faz com que eles apontam para diferentes direções – é uma doença mais comum nos pequenos. “O projeto é positivo nesse sentido. Será possível descobrirmos precocemente crianças que sofrem com algum tipo de problema em desenvolvimento”, considera. “A gente sabe que visão é formada até os sete anos de idade, portanto, quanto mais cedo se detectar o problema e a criança passar a usar óculos mais cedo, dependendo do caso, melhor. É que após os sete, oito anos, ela pode vir a desenvolver a ambliopia, que acontece quando, por alguma razão, o olho não consegue melhorar a visão mesmo usando a correção [óculos]”, encerra.
Na rede pública municipal de ensino, segundo a educadora de saúde da Seduc Selma Alves de Freitas Martin, a iniciativa complementará projeto existente desde 2003 e denominado Saúde Visual do Escolar, que tem como objetivo, através de teste de acuidade visual, detectar possíveis problemas de visão que possam prejudicar o aprendizado da criança.
Martin revela que nele, anualmente, entre 1.300 e 1400 crianças são submetidas aos exames de vista nas escolas, das quais pelo menos 12% apresentam dificuldades na hora do teste. “Quando isso ocorre, encaminhamos estas crianças para um profissional oftalmologista da Secretaria Municipal de Saúde, que é quem diagnostica o tipo do problema. Para aquelas que precisam usar óculos, porém a família não tem condições de adquiri-lo, o Lions, que também é parceiro, providencia a doação”, encerra.
Fonte: ASSESSORIA DE COMUNICAÇÃO