Mais de 80 pessoas, entre autoridades políticas e produtores rurais, participaram da reunião em repúdio à erradicação dos pomares domésticos de plantas cítricas nos municípios do Pontal do Paranapanema, ocorrida na tarde desta sexta-feira (3) no Centro de Eventos, em Presidente Prudente.
O secretário de Desenvolvimento Econômico, Carlos Dias, que representou o prefeito Milton Carlos de Mello "Tupã", abriu o encontro pregando que as cidades precisam se unir para acabar com o bloqueio na produção da citricultura na região. Segundo ele, a determinação do Governo do Estado de São Paulo em cortar os pés plantados na região em função do cancro cítrico - bactéria que atinge os frutos precisa acabar. "As pessoas não podem nem ter mais um pé de laranja, de polcã em casa que já é cortado. Os assentamentos que às vezes precisam da planta para comer a fruta não podem ter", observa Dias.
Na reunião, foi elaborado um documento de manifesto à política de erradicação do Estado e que será entregue por Dias ao secretário da Agricultura João de Almeida Sampaio Filho. O presidente da Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado de São Paulo Brás Albertini, acredita que um documento não é suficiente para que a situação mude em favor dos produtores. "Temos que ter ações mais fortes do que a elaboração de um documento. Só vamos mudar esta situação (corte das plantações) se todos trabalharem na mesma direção, inclusive o Governo do Estado", opina Albertini.
O representante do Estado, o agrônomo do Escritório de Defesa Agropecuária (EDA), Antônio Obson Martin diz que não é proibido plantar frutas cítricas na região de Prudente. "Se é encontrado um pé que pode colocar o restante da produção cítrica de São Paulo, tem que cortar", informa. Ele explica que antes de haver o corte são feitas inspeção e análises nas plantas e só após a constatação do cancro cítrico é retirado a plantação. Após fazer o comentário, Martin causou revolta nos produtores presentes. "É um absurdo nós sermos multados por ter um pé de polcã no quintal de casa", gritou um senhor.
Segundo Martin, o cancro cítrico foi descoberto no município de Álvares Machado há cerca de 30 anos. Ele afirma que a bactéria se instalou na região trazida por imigrantes japoneses. A doença, no entanto, não atinge o homem.
Durante o encontro, profissionais da Unoeste (Universidade do Oeste Paulista) apresentaram um estudo sobre o cancro cítrico. Este estudo e o manifesto, de acordo com o secretário Dias, serão entregues a Sampaio na semana que vem em reunião na cidade de São Paulo.
Fonte: Assessoria de Imprensa