Dando continuidade ao curso “Educação em Saúde: Formação para atenção às vulnerabilidades de crianças, adolescentes e jovens em espaços educacionais”, o professor de Pedagogia do Departamento de Educação da Universidade Estadual Paulista (Unesp) de Presidente Prudente, Gelson Yoshio Guibu, e a educadora de saúde pública da Seduc, Selma Martin, realizaram na tarde de hoje a palestra “Sexualidade Humana: apresentação e análise de pesquisa”. Os resultados são baseados em levantamentos acerca do tema feito com jovens e professores da Rede Municipal de Educação e foram expostos no Centro de Formação Permanente dos Profissionais em Educação (Ceforppe)

Os jovens entrevistados são alunos do Projovem Urbano, que é um programa do Governo Federal voltado às pessoas de 18 a 30 anos que não concluíram o ensino fundamental. O perfil desses alunos é de pessoas que abandonaram os estudos ou que nunca haviam estudado. A maioria das meninas abandonou a escola porque engravidaram, conforme exposto no encontro.

Diante das pesquisas divulgadas pelo professor da Unesp, pôde ser constatado que quanto menor a idade de iniciação sexual, maior são as chances de se ter filhos. A média de idade entre os alunos do Projovem, tanto homens quanto mulheres, foi de 14 anos e meio. A maioria dos alunos que corresponde a 60% dos entrevistados já são pais. Apesar dos estudantes serem jovens, afirmaram que não receberam informações sobre sexualidade durante a infância. Apenas 17% receberam informações dos professores, 12% dos pais e somente 8% das mães.

Em relação à exposição ao HIV, 254 (dos 426 entrevistados) já realizaram o teste e 172 afirmaram que nunca realizou o teste. Considerando-se que o município de Presidente Prudente tem 207 mil habitantes, foram notificados o ano passado 392 casos de HIV. No Projovem verificou-se que 2% (dos 296 entrevistados) tem HIV. Nos casos de abuso sexual, dos 416 estudantes que responderam aos questionários, 41 afirmaram já terem sido vítimas de abuso. Em quase 90% dos casos, os abusadores sexuais eram alguém da família ou conhecido.

“A pesquisa foi realizada, pois a maioria dos professores do Projovem ficou assustada com o perfil dos jovens, muitos chegavam à sala de aula alcoolizados ou drogados. Com o resultado podemos ver qual o caminho seguir e quais estratégias adotar para melhorar o rendimento desses alunos”, disse Gelson Guibu.

A palestra de hoje será realizada logo mais às 19 horas no Ceforppe com outra turma, abordando o mesmo tema. A finalidade do encontro é contribuir na formação integral dos estudantes da rede pública de educação básica, bem como sensibilizar e formar os profissionais que lidam com crianças, adolescentes e jovens, para que eles possam entender e qualificar o olhar sobre as principais vulnerabilidades vivenciadas por eles. “A vulnerabilidade é um conjunto de aspectos individuais e coletivos relacionados ao grau e modo de exposição a uma situação e, de modo indissociável, ao maior ou menor acesso de recurso”, explicou a educadora de saúde pública. (Colaboração – Roberta Zorzetto)

Fonte: Secretaria Municipal de Comunicação