Se você é prudentino, certamente já se perguntou por que Presidente Prudente não dispõe do SAMU, afinal, o Serviço é referência nacional quando o assunto é atendimento às urgências. Ocorre que o município disponibiliza aos cidadãos algo similar e tão eficiente quanto o próprio SAMU: trata-se do Serviço de Atendimento Móvel de Emergência (SAME), que apenas em 2018 socorreu aproximadamente 18 mil pessoas.

A principal diferença entre os dois é o número de viaturas à disposição da população. De acordo com o supervisor do serviço, Marco Aurélio Lúcio, o SAMU se caracteriza pelo atendimento regionalizado, ou seja, os municípios de determinada região que aderem ao programa precisam compartilhar as equipes. Hoje, o governo federal preconiza um veículo para cada 100 mil habitantes.

Em uma hipotética junção de Prudente com dois municípios vizinhos (Álvares Machado e Regente Feijó, por exemplo), haveria uma população de 300 mil habitantes – o que seria suficiente para receber apenas três ambulâncias.

Enquanto isso, o SAME dispõe hoje de seis viaturas novas, climatizadas, equipadas com o que há de mais moderno para o atendimento de diversas ocorrências clínicas. Quatro delas atendem ao perímetro urbano da cidade, e as duas restantes ficam exclusivas para os distritos de Ameliópolis, Eneida, Floresta do Sul e Montalvão.

A equipe do serviço conta com mais de 40 profissionais, incluindo técnicos de enfermagem (que acompanham todos os atendimentos), motoristas socorristas, policiais militares e bombeiros, além de enfermeiros e supervisão.

“Outro diferencial do SAME é a capacitação contínua que oferecemos à nossa equipe, em parceria com instituições de ensino e hospitais da cidade. Nossos socorristas são capacitados a atuar em paradas cardiorrespiratórias, gestantes, infartos e diversos outros casos de emergência clínica e de trauma”, detalhou Marco Aurélio.

Apenas em 2018, foram 18 mil atendimentos realizados pelas viaturas prudentinas – a maior parte referente a transferências das Unidades de Pronto Atendimentos (UPAs), crises respiratórias e paradas cardíacas.

Os socorristas se deslocam para o endereço com torpedos de oxigênio, desfibrilador, kit de partos, faixas de mobilização, entre outros equipamentos modernos e capazes de salvar vidas no trajeto entre a residência e o hospital.

Informatizado

Todo o expediente do SAME é informatizado e monitorado em tempo real. Conforme Marco Aurélio, cada ocorrência atendida é registrada e lançada no sistema, com a hora em que o serviço foi acionado, o momento em que chegou ao local, o horário em que o paciente foi deixado no hospital e que retornou à base.

O sistema também aponta as condições dos veículos, quilometragem rodada e demais informações relevantes. “São dados importantes para mostrarmos a eficiência do nosso atendimento para a comunidade e para os órgãos fiscalizadores. Uma vez que os dados vão para o sistema, eles não podem ser alterados, o que impede qualquer tipo de desconfiança quanto à veracidade daquela informação”, explicou.

Equipe afinada

Às 9h40 da manhã desta quarta-feira (20/03), o SAME 192 foi acionado para atender à ocorrência em uma escola estadual do Jardim Bongiovani, onde uma aluna havia fraturado a perna. A equipe formada pelos socorristas Maurício Ivan da Silva e Claudinei Soares Macambira se deslocam para o endereço e, menos de 10 minutos depois do contato, os profissionais já realizavam os primeiros socorros à jovem de 11 anos. Recolhida à viatura, a paciente e a mãe foram levadas ao pronto-socorro pediátrico do Hospital Regional para dar continuidade ao atendimento.

“Essa foi a primeira vez que precisei chamar a ambulância e fiquei muito contente com o atendimento. Eles foram rápidos e bastante atenciosos com a minha filha, que estava assustada com a situação”, disse a cabeleireira Talita Aparecida Holmes Galvão, de 35 anos.

Atendimentos como esse fazem parte da rotina da dupla de socorristas. Técnico de enfermagem, Maurício Ivan da Silva atua há 27 anos na área da saúde, 17 deles dedicados ao serviço de ambulância. “É um trabalho puxado. Muitas vezes encerramos um atendimento e não dá tempo sequer de voltar para a central, já somos direcionados à outra ocorrência. Mas amo o que faço. Já são quase 30 anos lidando com emergências e me acostumei a essa rotina”, disse.

Macambira é ainda mais experiente: já são 31 anos como servidor municipal. Embora tenha passado por diversos setores da prefeitura, foi no SAME que encontrou seu maior desafio, já que além de motorista, auxilia no socorro aos pacientes. Apesar disso, realiza sua função com sorriso no rosto e “motivado a ajudar o próximo”.

Ampliação

“Motivação” é a palavra de ordem para atuar em um serviço tão desafiador quanto o SAME, afirma Marco Aurélio. Por isso, o supervisor procura acompanhar de perto o andamento dos trabalhos e busca encontrar soluções aos problemas do dia a dia.

Entre as recentes conquistas do serviço, está a ampliação do prédio para uma área anexa, onde serão instaladas salas de descanso e repouso dos socorristas, cozinha, banheiros e sala de encerramento das ocorrências exclusiva para a equipe de socorro. “É algo que vai trazer muito mais conforto e, consequentemente, mais eficiência ao trabalho de nossos servidores. Nós acreditamos que um profissional motivado, descansado, feliz com o seu local de trabalho, rende muito mais”, finalizou Marco Aurélio.

Fonte: Secretaria de Comunicação