Presidente Prudente pode se tornar a quarta cidade do país a ser certificada como livre da transmissão vertical do HIV. Isso significa que o município tem cumprido todos os protocolos durante a gestação e no período pós-parto, de forma a proteger a criança de eventual contaminação.
Um extenso relatório foi elaborado por uma comissão municipal, formada por servidores da Vigilância Epidemiológica Municipal, do Programa DST/Aids e do Hospital Estadual “Doutor Odilo Antunes de Siqueira”, descrevendo em detalhes o trabalho desempenhado pelo poder público para evitar ao máximo a transmissão da doença de mãe para filho. O objetivo é obter a certificação
Na manhã desta terça-feira (13/08), o prefeito Nelson Bugalho e o vice, Douglas Kato, foram apresentados ao documento e parabenizaram a equipe envolvida pelos índices expressivos. Apenas neste ano, 12 partos foram realizados e todos os bebês nasceram livres do HIV em Prudente. Outras seis gestantes com a doença estão sendo acompanhadas pela rede municipal.
“Queremos demonstrar para o país que Prudente tem uma atenção básica próxima da ideal no que diz respeito ao acompanhamento de gestantes, em especial aquelas com HIV”, declarou o secretário municipal de Saúde, Valmir Pinto. “O trabalho que realizamos na cidade é a prova de que é sim possível que o filho de uma mãe com HIV nasça sem a doença, desde que haja o acompanhamento correto durante a gravidez, com medicação e assistência adequadas, e também após o parto, no acompanhamento dessa criança”, completou.
O documento finalizado será entregue para uma comissão estadual de certificação, que determinará a admissibilidade do pedido e posteriormente encaminhará para avaliação em âmbito nacional. A análise incluirá visitas técnicas aos serviços de atenção básica do município, para confirmar os dados apresentados no relatório.
Até hoje, apenas as cidades de Curitiba e Umuarama, ambas no Paraná, possuem a certificação. A capital paulista também está pleiteando o reconhecimento, a exemplo de Prudente.
Conforme o Ministério da Saúde, são elegíveis à certificação municípios com mais de 100 mil habitantes e que atendam a critérios estabelecidos pela Organização Pan-Americana de Saúde (Opas) e pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Os critérios avaliados são a qualidade dos programas e serviços de saúde; da vigilância epidemiológica; dos laboratórios; das questões referentes ao respeito aos direitos humanos, igualdade de gênero e a participação da comunidade.
Para se obter a certificação, é preciso que o município atinja os indicadores de impacto, que se referem aos últimos três anos da análise, como a taxa de incidência de novas infecções de HIV em criança, por ano de nascimento (menor ou igual a 0,3) e a proporção anual de crianças infectadas pelo HIV entre as crianças expostas acompanhadas pela rede SUS (menor que 2%).
Participaram da reunião com o chefe do executivo o coordenador do programa DST/Aids, Jefferson Saviolo, o médico sanitarista da Vigilância Epidemiológica Municipal (VEM), Carlos Roberto de Macedo, a enfermeira da VEM, Vânia Domingos, e a infectopediatra do Hospital Estadual, Patrícia Spir.
Fonte: Secretaria de Comunicação