Uma ferramenta inédita no Brasil e que mostra o índice de infestação de cachorros com leishmaniose por bairros e ruas da cidade. Trata-se de uma ferramenta criada pela Prefeitura de Presidente Prudente, por meio da Setec (Secretaria de Tecnologia da Informação), atendendo a uma solicitação da Secretaria de Saúde e do CCZ (Centro de Controle de Zoonoses).

Segundo o médico veterinário coordenador do CCZ, Célio Nereu, o objetivo é permitir que a população possa acompanhar a evolução da infestação da zoonose no município e tenha acesso a um verdadeiro mapa da Leishmaniose, com atualizações diárias sobre os números.

O mapa pode ser acessado por meio do Portal Digital no endereço www.prudentedigital.com.br , no ícone “Mapa da Leishmaniose”. O mapa traz ainda as informações sobre o número de cachorros infectados até o mês de dezembro (358), o número de animais que estão em tratamento (70) e o número de pessoas que foram infectadas pela doença em Presidente Prudente - dois casos, destes uma morte registrada.

É possível levantar ainda o número de casos em cada bairro ou rua e a localização onde estão os animais que foram infectados.

Segundo o médico veterinário, é preciso tomar medidas protetoras para evitar que os animais contraiam a doença que é transmitida pelo mosquito palha. “É um inseto pequeno, que gosta de lugares úmidos e escuros. Diferentemente de outros mosquitos, não é possível saber ao certo onde esse mosquito deposita suas larvas, o que torna mais difícil seu combate”, alerta.

Segundo Nereu, as melhores formas de prevenção são telas finas e repelentes. Ao contrário do mosquito transmissor da dengue, o Aedes aegypti, que costuma se instalar em lugares com água limpa e parada, o mosquito palha gosta de ficar em lugares onde o solo é úmido, por isso a necessidade de capinar terrenos e recolher e ensacar imediatamente o mato e os restos de folhas, frutas e demais matérias orgânicas.

Outra dica para quem tiver cachorro é procurar mantê-lo em locais fechados durante a noite. "O mosquito palha é noturno. A ação deles começa ao escurecer e eles permanecem ativos até um pedaço da noite. Os animais devem, ainda, usar coleiras repelentes, e vale lembrar que existe no mercado uma vacina preventiva”.

Também é preciso evitar lixo e restos de folhas nos quintais, pois as fêmeas depositam seus ovos em solo úmido, sombrio e rico em matéria orgânica.

O médico veterinário cita a Nota Técnica Conjunta nº 001/2016 editada pelo Ministério da Saúde e Agricultura, que indica que foi registrado o medicamento Milteforan, princípio ativo Miltefosina, podendo ser utilizado para tratamento de cães com Leishmaniose Visceral Canina, conforme a lei municipal nº 9.250/2016.

A leishmaniose visceral caracteriza-se por febre de longa duração, perda de peso e de força e anemia. Além do cachorro, do ser humano, animais silvestres, raposas também são hospedeiros da doença. Nos humanos, se tratada de forma precoce, tem grande potencial de cura. Com o passar do tempo, no entanto, os sintomas vão se agravando e a doença atinge órgãos como baço e fígado.

Fonte: Secretaria Municipal de Comunicação