Tem início nesta segunda-feira (20/10), e segue até 31 de outubro, a Campanha Estadual de Combate a Hanseníase. E para Presidente Prudente a Vigilância Epidemiológica Municipal (VEM) prepara diversas ações. Segundo informa a educadora de saúde do órgão, Elaine Bertacco, foram distribuídos cartazes e folhetos informativos em Unidades Básica de Saúde (UBS’s), Estratégias de Saúde da Família (ESF’s), escolas municipais e igrejas. Ela conta também que os mesmos foram fixados no transporte público.

Além disso, Elaine aponta que na próxima quarta-feira (22), às 9h, haverá palestra na Faculdade de Presidente Prudente (Fapepe), mantida pela União das Instituições de Ensino de São Paulo (Uniesp), destinada aos alunos do curso de Enfermagem. Integrando a programação, a VEM enviou ofício aos hospitais do município e enviará também aos consultórios dermatológicos, solicitando que os mesmos realizem a busca ativa por novos casos, cujo trabalho também será feito em toda Rede Municipal de Saúde.

“Além dos munícipes, vamos pedir para que os médicos fiquem atentos também, pois hoje em dia a doença ainda é difícil de identificar e muitas vezes confundida com micose. Entretanto, a programação ainda será alterada, estamos planejando diversas ações”, expõe.

A educadora de saúde da Epidemiológica conta que somente neste ano foram confirmados 14 casos da doença em Prudente. O número é superior a 2013, já que ano passado foram apenas 10. Os registros positivos de 2014, conforme informa, acometeram munícipes com idades entre 23 e 69 anos. “Temos tantos casos ainda pelo desconhecimento sobre a doença. O programa de hanseníase oferece tratamento totalmente gratuito no SUS [Sistema Único de Saúde]. Além disso, para as pessoas em situação de risco e vulnerabilidade social é dado colírio, pois há o ressecamento do canal lacrimal, óleo mineral, já que a pele fica seca, é protetor solar, porque a pele fica sensível”, informa.

Sobre o diagnóstico da doença, Elaine diz que assim que o mesmo é dado como positivo todos integrantes da família, que moram com o acometido, também são notificados para que tomem a vacina BCG e passem por consultas médicas, uma vez que a doença é transmitida a partir da convivência de anos.

Ela afirma também que ainda há muito preconceito e discriminação com as pessoas que têm a doença. Por isso a educadora frisa que duas campanhas são realizadas por ano em Prudente. “Estamos sempre divulgando a doença para que as pessoas conheçam seu corpo, para que as mães observem alteração em manchas em seus filhos que podem ser avermelhadas ou esbranquiçadas, e se observarem alguma alteração no organismo procurar assistência médica”, relata.

Questionada como a hanseníase se manifesta, a educadora de saúde da VEM expõe que a patologia pode demorar entre dois e dez anos para revelar-se. “A doença não é hereditária e atinge pele e nervos, principalmente braços, mãos, pernas, pés, rosto, orelhas, olhos e nariz. Muitas vezes não tem a mancha, a doença pode se manifestar através de dormência. Há vezes também que a mancha tem sensibilidade pelo fato de o bacilo ainda não ter atingido os nervos periféricos. O principal é que a pessoa procure assistência médica, não seu automedique como se fosse uma micose, e o importante é relatar também se houve caso na família, pois se houver o médico irá diagnosticar”, frisa, alertando que é importante que a pessoa que está com hanseníase mantenha a casa aberta para o ar circular.

Fonte: Secretaria Municipal de Comunicação