Centro de Controle de Zoonoses informa que defasagem ocorre há cerca de três meses

Após confirmar dois novos casos de Leishmaniose Visceral Canina (LVC) em Presidente Prudente, o Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) informa que o serviço de coleta de amostra de sangue em cães, que serve para detectar a doença nos animais, será diminuído drasticamente. Segundo aponta o médico veterinário responsável pelo órgão, Célio Nereu Soares, o Ministério da Saúde está com repasse de kits em menor quantidade às secretarias Estaduais de Saúde.

Soares conta que o déficit no repasse dos exames ocorre há cerca de três meses. A exemplo, ele revela que em setembro o CCZ de Prudente recebeu apenas 350 kits de teste rápido para diagnóstico da doença em cães, sendo que a demanda mensal do município é de 2 mil kits. Já em agosto, ele revela que não foram recebidos testes e em julho uma quantidade menor que a demanda.

“Ao final de cada ano estipulamos uma meta mensal de trabalho para o próximo ano e já prevendo o repasse de kits, também por mês. Teve meses que não recebemos os exames e meses que a quantidade veio inferior ao estipulado. Assim sendo, as amostras de sangue coletadas acumularam e hoje temos cerca de 7 mil coletadas e armazenadas no órgão. Estamos aguardando o recebimento dos testes para podermos verificar se estes animais são portadores da doença ou não”, expõe.

Sobre as amostras coletadas e armazenadas, Soares conta que as mesmas têm validade de seis meses. Por isso, ele diz que o serviço de coleta será diminuído para que as que já foram colhidas não sejam perdidas. “Passando dos seis meses teríamos que coletar a amostra novamente. Ou seja, vamos diminuir o serviço de coleta para não ter risco de perdas, uma vez que não nos deram previsão de quando o repasse [de kits] será normalizado”, informa, complementando que até nas clínicas particulares os testes rápidos estão em falta.

Em relação a diminuição do serviço realizado ‘casa a casa’, o médico veterinário responsável pelo CCZ diz que isso é preocupante, já que esta ação é preventiva. “Consequentemente há um risco, uma vez que o animal positivo para LVC pode permanecer por longo período transmitindo a doença através do mosquito palha. O Município está fazendo a parte dele, mas depende do Estado e da União repassar os testes. Ficamos com o trabalho comprometido, pois se não houver kit não há como ter o diagnóstico”, frisa.

Balanço – sobre o trabalho já realizado em Prudente neste ano, Soares conta que foram coletadas e examinadas 8.500 amostras de sangue canino. Destas, ele lembra que 32 cães tiveram resultado positivo. “Ou seja, 0,37% dos exames deram positivo, o que demonstra controle da doença no município. Se compararmos as catalogações positivas com a quantidade da população total de cães, que é de 46.082, teremos uma porcentagem de 0,07% de animais que tiveram a doença”, expõe.

Já que as equipes do Centro de Controle de Zoonoses terão que diminuir o ritmo do serviço de coleta de amostra de sangue canino, o médico veterinário responsável pelo órgão informa que os funcionários passarão por atualização sobre animais peçonhentos, como escorpiões, e intensificarão os trabalhos de orientações aos munícipes nas áreas que registraram maior incidência de aparecimento do inseto.

Fonte: Secretaria Municipal de Comunicação