A Secretaria Municipal de Saúde (Sesau) confirmou, nesta quarta-feira (04/03), um caso de Leishmaniose Visceral Americana (LVA) em humano. A doença acometeu um menino de 1 ano e 9 meses, da zona norte de Presidente Prudente, que segue internada no Hospital Regional ‘Doutor Domingos Leonardo Cerávolo’ em estado delicado.

“A criança está reagindo bem com a medicação e apresentando evolução no quadro clínico, mas a situação ainda é delicada. Desde outubro ela começou apresentar sintomas e recentemente teve uma piora, quando foi dado o diagnóstico [em 23 de fevereiro]”, informa Sérgio Luiz Cordeiro de Andrade, secretário da pasta.

Durante a entrevista coletiva, realizada no Anfiteatro ‘Dr. Dino de Aguiar Cintra’, Andrade informou que este é o segundo caso em humano. O primeiro foi diagnosticado em 2013, em uma senhora moradora da zona leste de Prudente. “Ela passou pelo tratamento e está curada”, disse, afirmando que no ser humano a doença tem tratamento e no animal não.

O secretário lembrou que em Prudente, desde 2010, a doença acometeu 170 cães. Somente neste ano ele disse que foram confirmados nove registros da patologia e ressaltou que há sete cães no município contaminados com leishmaniose que os proprietários se recusam a entregar para eutanásia. “Um animal pode contaminar até 20 ao seu redor”, avisa.

“Em 2010 comunicamos que tínhamos achado o mosquito Palha [vetor da doença] em Prudente. Após um ano tivemos cães contaminados e em 2013 o primeiro caso em humano. Com as ações que realizamos conseguimos postergar os casos, pois a ordem natural, após encontrar o mosquito, é que em um ano haja animais contaminados e em dois anos seres humanos. O que mais nos preocupa é não termos apoio, a Secretaria [de Saúde] está trabalhando sozinha”, complementa.

Combate – A Secretaria de Saúde informa que já é rotina do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) orientar a população sobre os devidos cuidados para prevenir uma possível epidemia da doença. Entretanto, afirma que na zona norte da cidade, nas proximidades de onde foi confirmado o caso na criança, a ação será intensificada, bem como será divulgada a data do mutirão, que deve ocorrer em dez dias, para coleta de todo insumo acumulado nas residências que torne a situação propícia para proliferação do mosquito Palha.

“Não vamos entrar na residência do munícipe para limpá-la, precisamos da ajuda de todos. Vamos coletar tudo que estiver na calçada. Posteriormente a esse trabalho vamos dedetizar casa a casa, num raio de até 500 metros de onde foi confirmado o caso. É um trabalho difícil, pois temos que dedetizar casa a casa, parede a parede, teremos que contratar uma equipe para fazer isso”, informa, pedindo colaboração da população, pois para que se tenha êxito na dedetização, as residência precisam estar limpas.

O secretário de Saúde ressalta também que se não houver uma junção de forças entre Governo do Estado, Ministério da Saúde, Justiça e população não haverá como manter o controle da doença. “Pode acontecer aqui o que está acontecendo na Alta Paulista. Leishmaniose é uma doença endêmica. O mais preocupante é uma família que tem o cão doente em casa e não o entrega para eutanásia, mesmo sabendo que a doença pode matar uma criança, já que geralmente quem anda próxima a um animal de estimação é a criança e a mesma é frágil”, esclarece.

Fonte: Secretaria Municipal de Comunicação