A Vigilância Epidemiológica Municipal (VEM) realiza, até o dia 19 de fevereiro, a Campanha Mundial de Combate a Hanseníase em Presidente Prudente. A ação, que este ano tem como slogan ‘Quanto antes você descobrir, mais cedo vai se curar’ e que marca o Dia Mundial de Combate a Doença, lembrado no domingo (30/01), fará a intensificação na busca ativa por novos casos na cidade. De acordo com informações da VEM, em 2014 foram constatados 21 registros da patologia no município, sendo que a maioria já estava em estágio transmissível. Já neste ano ainda não há casos positivos.

De acordo com a educadora de Saúde da VEM, Elaine Bertacco, os casos que tiverem suspeitas da doença serão encaminhados à consulta com dermatologista e terão prioridade no atendimento. Àqueles em que a doença for confirmada, além de todo tratamento gratuito, que é direito do munícipe, terão prioridade também, caso necessitem, no tratamento de Saúde Bucal Municipal, considerada a melhor do Estado de São Paulo e a quarta melhor do Brasil.

“Muitas pessoas fogem do tratamento mesmo ele sendo gratuito. O acometido com a doença tem direito até o passe de ônibus para ir ao ambulatório médico. Diante disso, a prioridade no atendimento odontológico é mais um incentivo para que o paciente dê sequência no tratamento contra a hanseníase que vária entre seis meses [o tempo mínimo] há um ano [máximo]”, informa, ressaltando que pode ser entre duas ou uma medicação diariamente e que após 48h de início do tratamento é interrompido o período de transmissão.

Elaine diz que através da intensificação da busca ativa é que poderão ser descobertos novos casos da doença que é considerada a mais antiga da humanidade. “Ainda há casos que demoram a ser descobertos pelo fato de haver muitas especialidades na medicina. Ou seja, até descobrir como hanseníase a doença pode ser tratada até mesmo como uma micose. Entre os 21 casos do ano passado tivemos um que demorou oito anos para ser confirmado como hanseníase. Vale lembrar que são vários estágios da doença e que as formas iniciais não são transmissíveis”, frisa.

Sobre a contaminação, Elaine conta que o bacilo vai pelas vias aéreas e fica instalado, geralmente, nos nervos periféricos, onde, segundo ela, pode ficar “escondido por ano”. “Até por isso é difícil chegar ao diagnóstico concreto. Tem pessoas que têm dormência no braço e muitas vezes são tratadas como LER, uma vez que o bacilo tem preferência pelos por braços e pernas. Entretanto, ele pode também se instalar em outros locais”, expõe.

Já sobre a transmissão, a educadora de Saúde lembra que a mesma é através do espirro, da fala e da convivência diária. “Não é por passar perto de alguém que tem hanseníase que o outro já será contagiado, é pela convivência. Até mesmo por isso que todos que residem na mesma casa que o acometido com a doença tomam a BCG quando o caso é confirmado como positivo”, revela.

Além do medicamento que é dado exclusivamente pelo Ministério da Saúde, já que é um remédio supervisionado, ou seja, não há como comprá-lo em farmácias, Elaine informa que o paciente recebe um kit com colírio e óleo mineral, uma vez que a doença resseca olhos e pele, protetor solar e, caso haja necessidade de curativos, é dado também todo material necessário para tal.

A educadora de Saúde lembra que além da Campanha Mundial há ainda a Nacional, realizada em Outubro. Por fim, ela diz que, segundo o Ministério da Saúde, a cada ano 30 mil pessoas são diagnosticadas com a doença, o que faz do Brasil o país com maior número de casos novos da doença e o segundo em números brutos, atrás somente da Índia.

Fonte: Secretaria Municipal de Comunicação